sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Praça da Figueira (de manhã)




A praça da Figueira de manhã,  
Quando o dia é de sol (como acontece  Sempre em Lisboa), nunca em mim esquece,  Embora seja uma memória vã. 

Há tanta coisa mais interessante  
Que aquele lugar lógico e plebeu,   Mas amo aquilo, mesmo aqui... Sei eu  Porque o amo? Não importa. Adiante... 

Isto de sensações só vale a pena  
Se a gente se não põe a olhar para elas.    Nenhuma delas em mim serena... 

De resto, nada em mim é certo e está  
De acordo comigo próprio.  As horas belas  São as dos outros ou as que não há.


Álvaro de Campos, 10- 1913

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