sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Malala (Nobel da Paz, 2014)




(esta carta foi enviada a Malala, a 10 de Outubro de 2012)

Muito querida Malala,
De noite, trouxeram-me a notícia. Tu, Malala Yousafzai, paquistanesa, foste baleada, aos 14 anos, porque, desde os 11, lutas como mulher, pelo direito ao saber.
Disseram-me que na tua cidade, Mingora, no distrito de Swat, no Paquistão, agora dominado pela lei da ignorância, as «meninas» foram proibidas de aprender, de ir à escola, e tu, «mulher» coragem, não te conformas.
A tua indignação, fruto de muitas e longas conversas com o teu pai, também ele, homem ligado ao ensino, tornaram-te o símbolo, a voz, do direito inalienável, que todos os meninos do mundo têm a aprender. Os indignados são sempre incómodos. Mesmo que vivamos numa Democracia. E tu, sabes isso, melhor do que ninguém. O que tu não imaginavas é que o absurdo do inumano chegasse ao ponto de disparar uma bala contra a tua cabeça e o teu pescoço, tu uma menina de 14 anos, militante da coragem e da paz, amante da Escola, lugar de aprendizagem, espaço de liberdade.
Eu, também não!
Disseram-me que estás livre de perigo, por isso, peço-te que continues a gritar, que não pares de gritar. Que grites sempre. 
Por cá, sigo-te com angústia, mas certa, que o teu testemunho de vida, e a tua luta, serão infinitamente maiores, que a trajectória da bala.
Malala, vou pedir a todos os professores de Portugal, que partilhem a tua História com os meninos do meu país.
Gostava muito de te visitar. De te abraçar. De ter a oportunidade magnífica de gritar contigo.
Dar-te-ei, noticias, brevemente.

Paula




Lisboa, 10 de Outubro de 2014

Muito querida Malala,

Dois anos depois, aqui estou para te dizer da minha imensa alegria por este Prémio.
Vivo-o com a certeza que continuarás a tua missão.
Obrigada Malala!






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