quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Tivesse eu mais tempo...

Tenho o velho hábito de me aproximar das pessoas, sobretudo, na rua, quando pressinto que lhes posso ser útil. Tivesse eu, mais tempo, dispusesse eu do tempo com tempo, e poucas horas sobrariam, depois destes encontros, para o tempo néscio da minha lástima. Desta vez, era mulher, só, teria 50 anos (?) e vagueava pelo imponderável da vida, sofrida, sem rumo, à procura de nada mais, a não ser, de quem a ouvisse, risse, chorasse (de tanto) como ela, na gota desesperada da lágrima, que parecia não chegar ao céu, mas sim, chegou, e a abraçou, falou, riu e chorou. 
Não, não vos sei dizer mais nada, a não ser que comunhão e compaixão, podem ser sinónimos de redenção.

(c) ana paula lemos 

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